quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Procurado (2008)


Faz um tempo que não via um bom filme, desses Neo Noir que ninguém dá um centavo, acredito que o último tenha sido o Clube da Luta, que por acaso foi feito por Brad Pitt, marido da coadjuvante principal de O Procurado. O filme é um tapa na cara, mude de vida, encontre-se, deixe de lado a vida pacata de procurar seu nome no Google e ver que não consta nada. Assuma a partir dali, recomeçe, se reinvente, acredito que seja a temática principal do longa. O filme gira em torno da vida pacata de Wesley, um rapaz comum e desperdiçado, como todos nós, responsável pela contabilidade de uma empresa. Cero dia, ele se vê encurralado em aceitar seu destino ou abrir mão de sua própria vida. E então, ele escolhe. Filme de ação com certo conteúdo reflexivo, chama atenção pelas cenas de tiroteio, mas não deixa a desejar quando se trata de ter o que dizer além de um monte de balas e sangue, apesar das cenas mentirosas, carros que voam, pessoas que pulam prédios, entre outros, o filme está na lista dos melhores. Li algo sobre uma HQ de Mark Miller que deu origem ao roteiro, a revista deve ser também interessante.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Nação Fast-Food (2006)

Fast Food Nation - Pra começar, o filme tem a Avril Lavigne como ativista descolada que quer mudar o mundo. Calma, pelo menos ela não é a personagem principal. Por um aspecto, Nação Fast Food é um bom filme. A idéia do diretor de englobar a visão de três personagens principais sobre o mesmo fato é, no mínimo, inteligente. O filme retrata o mercado de fast food norte-americano através dos olhos de um dos empresários da companhia, de uma garota que trabalha em uma das lanchonetes da rede e de alguns dos milhares de mexicanos ilegais que trabalham na produção deste mercado. A idéia é ótima, se o filme realmente nos levasse a algum lugar. Apesar de todos sabermos que aquela fábrica está errada e torcer para que tudo aconteça de forma que no final tudo termine bem para nosso mundo, o filme retrata com certa imparcialidade fatos que todos achamos que acontecem nas grandes marcas como Mc Donald's desde contratar mão-de-obra desqualificada até o cara que cospe dentro do hamburguer do cliente. Algumas vezes a realidade se confunde com a ficção, no fundo não conseguimos saber se é uma denúncia ou uma ficção com final decepcionante. Talvez as melhores cenas sejam as últimas, em que uma das mexicanas consegue um emprego no abatedouro. As cenas em que ela caminha até seu posto de trabalho passando por todo o local são tristes e chocantes para qualquer um. Pra finalizar, desmistificou aquele caso do cara que caiu num tanque da Coca-cola e derreteu, indo pra várias garrafas do produto. Na verdade ele perdeu uma perna na máquina, esta caiu junto com a carne e acabou parando num Mc Lanche Feliz. Animal, digo, canibal!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Orfanato - El Orfanato (2007)

O Orfanato é um filme espanhol de Guillermo Del Toro (O Labirinto dos Faunos). Laura (Belén Rueda) volta ao orfanato onde foi criada para assumir a casa com seu noivo e filho adotivo. A trama começa a tomar forma quando o garoto Símon diz brincar com amigos imaginários e, claro, é ignorado pelos pais até sumir repentinamente, durante uma festa no local. Após alguns meses a família, mesmo com a ajuda da polícia, não consegue encontrar o menino e começa a descobrir fatos assustadores sobre o local. O filme tem um estilo marcante, apesar dos clichês de terror na trama como objetos que quebram repentinamente indicando algo, o longa possui alguns trechos bastante criativos e realmente sombrios como o ranger do gira-gira no quintal da casa. O filme possui uma fotografia inteligente e um final triste/feliz - por favor, não me peçam para explicar - que só assistindo para entender. O Orfanato é um filme clichêzão que trata de crianças, espíritos e uma casa mal-assombrada, tem boas cenas de medo e poucas novidades no roteiro. vários atores novos, inclusive o diretor, o catalão Juan Antonio Bayona, uma vez que Del Toro apenas assina apenas a produção da obra. Mas entre eles um veterano chama a atenção. O ator que interpreta o especialista em paranormalidade é realmente Edgar Vivar, mais conhecido como o Sr. Barriga ou Nhonho do seriado Chaves.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Juventude Rebelde - Kidulthood (2007)

A típica história do Ensino Médio norte-americano. Uma escola pública, um cara que comanda o lugar apavorando outros alunos e provando ser o "maioral". Trife é um garoto comum divido entre diversas vidas: os amigos da escola, sua namorada e seu tio, envolvido com o crime. Entretanto, escolher uma das três pode se tornar a tarefa mais difícil que ele já teve. É um filme bacana, com as piegas dúvidas adolescentes, mas se torna um pouco mais interessante por se tratar de sentimentos da juventude de bairros pobres. Como sei que você provavelmente não vai assistir, a história toda acaba culminando em uma tragédia que joga tudo de volta ao ponto de onde começou, mas claro, o filme termina aí. Sem muitos pontos positivos, mas algumas sacadas legais, quando um dos personagens tenta se envolver com uma mulher mais velha e, ao ver que não vai dar em nada, resolve roubar a carteira da moça. Engraçado, pra não dizer bizarro. É um filme sem final feliz, para o pavor dos aficcionados em blockbusters. As cenas finais lembram muito essas reconstituições de crimes que aparecem no jornal. Tudo bem, sem mais metáforas por hoje. Não vale muito a pena, mas atenua lados marcantes da sobrevivência nas ruas, brigas, intrigas e possui alguns trechos de bastante reflexão, quando alguns garotos começam a pensar como adultos e passam a tomar decisões, ainda que estas interfiram no resto de suas vidas. Po, ficou com cara de romance, não?

Sangue Negro (2007)

There Will be Blood - Daniel Plainview é um minerador que, por acaso, descobre petróleo em suas terras. Isso em 1898, no Novo México. Um homem de sua equipe morre em um acidente, deixando para trás um bebê sozinho, que acaba por ser adotado pelo minerador. Agora homem do petróleo, como se auto-intitula, Daniel arrenda junto ao seu "filho" infinitos hectares de terra, pagando injustamente, é claro, as famílias residentes dos locais onde o petróleo de certo valeria muito dinheiro. Faz uma pose de homem de família ao levar o menino em todas as suas reuniões. Seu poder e fama o tornam então um dos maiores produtores de petróleo, com sua história de empreendedorismo, valentia e hostilidade. O que lhe falta, entretanto, é a essência familiar. O diretor Paul Thomas Anderson acertou neste épico com final poético e inconsequente. Dizem muito sobre seus trabalhos, até o comparam com Orson Welles, mas segundo o Marcelo Hessel, do Omelete isto é só a mais nova balbúrdia de Hollywood (leia). Sangue Negro é cheio de frases carregadas, cenas fortes e músicas estranhas. No final, acaba sendo um ótimo filme. Talvez pelo absurdo contraste criado entre ter tudo o que o dinheiro pode comprar e não ter nada o que as relações humanas podem lhe oferecer.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Paranoid Park - Paranoid Park (2007)

É um tipo de KIDS para quem ouve Björk e Nick Cave e gosta de viajar com cenas em câmera lenta, e vê tudo isso como "mó brisa, tá ligado". Alex é um skatista de 16 anos, com uma namorada, amigos e uma vida comum. Narrando sua própria história, como em uma carta de desabafo, o garoto conta sobre sua vida, sua namorada e o sentimento de culpa que carrega pelo seu envolvimento com um crime próximo à pista de skate que andava. É um filme bastante depressivo, sobre como esquecer uma dessas coisas que você jamais queria ter feito na vida. Uma fotografia excelente, talvez a melhor recomendação que posso dar sobre esse filme. Dizem que o diretor Gus Van Sant tem essa pegada sobre visões fotográficas e reflexivas. Dele, me lembro apenas de Procurando Forrester, de 2000, sucesso absoluto no Intercine. Paranoid Park é um filme com poucas falas e muito abstracionismo. Tive de assistir umas oito vezes até entender o que estava querendo me dizer. Portanto prepare-se para uma hora e meia de leseira absoluta no sofá da sala. Ah, a trilha sonora é excelente com Eliot Smith, Beethoven e vários ambient music bacanas. Na minha vaga opinião, o que faltou mesmo foi contexto, encenações mais forte dos personagens, falas contundentes, mesmo se tratando de adolescentes. Tá certo que muitas vezes dá pra sentir a dor do moleque só de olhar a cara de tacho dele. Pensa muito e fala pouco. Paranoid Park é um filme sobre amadurecimento e depressão. É Culteen, pronto, criei outro movimento.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Mercy, Dercy!

Lembro do recente centenário de Dercy Gonçalves da mesma forma que lembro do milésimo gol do Pelé e do Romário, para deixar uma analogia crassa, das que gosto de fazer. Hoje, especialmente, vou falar sobre Dolores Costa Gonçalves, a Dercy, que encantou gerações inteiras em seus filmes - acreditem, ela era uma mulher atraente - mas que a mim, e a muitos de minha geração, trazem recordações daquele antigo jogo da velha do Faustão, com pessoas famosas. Quem se lembrar toma café com a Xuxa:

Era uma atriz que não simplesmente falava palavrões, ela também xingava (ps.: alguém assistiu ao CQC ontem?)! Brincadeiras à parte, aparentava ser cheia de vida como poucas pessoas são. E em seus últimos anos de vida vinha participando de diversos programas e shows, para marcar sua história que vai além de uma atriz consagrada: Aos 101 anos, Dercy Gonçalves era a atriz mais velha em atividade.

Buscando um pouco sobre a vida de Dercy, conhecemos a história da dramaturgia brasileira, além de nos depararmos com a diferença brutal entre os tempos hoje e o século XX. Ela foi perseguida, chamada de prostituta, entretanto, sempre afirmou e bateu o pé dizendo que, em sua vida, jamais se arrependeu, ou se queixou do que fez. Em frase dela: "Meu século foi muito digno. As famílias eram famílias, a polícia era polícia. Hoje, não tem mais nada."

Para fechar, segue este samba-enredo da Viradouro, em homenagem à atriz.

Bravíssimo – Dercy Gonçalves, O retrato de um povo
Ah! Obrigado Dercy,
Mercy, Dercy !
Abriu-se as cortinas pro seu show
São cinco letras a sorrir
De Madalena pra Sapucaí
Um dia
Lá no trem da esperança
Vai o sonho de criança
Descendo a serra
Tão lindo e feliz
A luz então brilhou
O palco se acendeu
O show vai começar
Na Casa de Caboclo
A menina deslumbrou (ôô, ôô)
E no seu primeiro ato
O sucesso abriu os braços pra você

Brilhante no teatro de revista
Em cena o talento de Dercy
Da comédia à piada
Com humor e gargalhada
Eu vou me acabar (quá, quá, quá,quá, quá)
No cassino e no cinema
No sangue o dom de criar
E viajou
Lá foi Dolores
Que dor no coração
Mas quem pensou que a luz se apagou
Se enganou, ela voltou
Ela voltou com mais garra e inspiração
Cada vez mais sapeca, quem diria
Soltando a perereca da vizinha
Vou entrar no circo e com você sonhar
No fim da peça pra você gritar
Um bravo.....

Bravo, bravíssimo !
Mil aplausos pra você Dercy
Ao retrato de um povo
A homenagem da Viradouro.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Onde os fracos não têm vez - No Country for Old Men (2007)

Direto para a seção dos 'mabasta' (mó bosta, em português paulistano). O filme não tem sentido algum, além de pensamentos esparsos, ações ininteligíveis por parte dos personagens e uma ou outra morte ou perseguição bacana. É tudo obra dos irmãos Coen. Irmãos Quem? Não, irmãos Coen (Fargo/Paris, te Amo). Um caçador encontra uma maleta cheia de dinheiro junto a um traficante morto no deserto. Um serial killer maluco e psicótico é enviado para buscar a grana de volta. Parece sim uma história legal. Parece. O filme se passa no interior norte-americano, tem algumas anedotas gringas que só seus amigos metidos a bilíngues vão fingir entender pra fazer você pensar que eles já moraram em Dallas, foram cowboys e comiam bacon no café da manhã. Pela capa e descrição que encontramos nos sites sobre cinema, parece um western fodão, desses de cair o queixo, mas na verdade não chega nem perto. No elenco Javier Bardem, Tommy Lee Jones e Woody Harrelson. Vencedor de 4 Oscars, mas o único realmente honesto foi o de ator coadjuvante para Javier Barden, o serial killer imortal da trama. Agora, premiação de melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado é sacanagem. Ganhar uma estatueta está mais fácil do que ganhar panfleto de "Compro Ouro" no centro da cidade. É outra produção dessa escola de cinema com filmes sem final. Não quero dizer "sem final feliz", sem final nenhum mesmo. Me bateu uma puta saudade do Tombstone.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Os Simpsons (O Filme) - Simpsons Movie (2007)

Não tenho muito o que dizer sobre este 2D. O desenho não tem o glamour tecnológico das últimas animações fotorrealistas "modinha" da Disney/Pixar e ainda assim conseguiu ser um dos mais esperados de todos os tempos. E, melacuecagens a parte, Simpsons é Simpsons e ponto final. Por isso vou poupar vocês, caros três leitores, de comentários pessoais do tipo “Uhuuul, animal” ou palavrões repetitivos como “putaqueupariu, é foda!”. O legal de desenhos como esste no cinema é por serem tudo o que um fã precisa: Um capítulo enorme, numa tela gigante. E a família Simpsons não deixou a desejar. OK, na versão dublada o Homer não tem a mesma voz das outras temporadas da Fox, mas o dublador até que engana e você acaba se acostumando. A cidade de Springfiled está uma calamidade total por conta da poluição do rio e pelas trapalhadas de Homer. Não ia contar mais para não estragar. Entretanto - e sempre existe um ‘entretanto’ - após uma busca na rede, descobri que a Wikipédia tá dando uma de Estraga-Filmes contando praticamente o roteiro todo em quatro parágrafos, portanto, vamos adiantar algumas coisas, como o Green Day tocando sobre um barco parodiando o Titanic e o sensacional porco-aranha, que provavelmente já havia virado hype por conta do trailer. E para concluir: Se a lindinha da Maggie quer uma parte II, que tipo de mortais somos nós para negar?

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Meu Nome Não é Johnny (2008)

Selton Mello, pra mim, é mais ou menos como um novato Nicolas Cage do cinema brasileiro. Admiro muito suas participações, de verdade. Além disso, no elenco temos Júlia Lemmertz, Cássia Kiss, André di Biasi, Cleo Pires, Eva Todor, só a nata da TV Globinho. Meu Nome Não é Johnny é biográfico, sobre a vida de João Guilherme Estrella, playboy carioca que se tornou um dos maiores traficantes da cidade nos anos 80. Aí você lê o post de baixo e me diz "orra, um American Gangster nacional?" Então eu dou risada da sua cara um pouco e respondo: "passou nem perto". O que acontece para uma produção como esta ter atores tão bacanas e acabar sendo tão ridiculamente ruim? Bom, o roteiro não tem muita concordância, os personagens são todos muito vagos - incluindo o principal - e o desenrolar da história é ostensivamente mal contado. Não quero te desapontar amig@, mas isto não é Hollywood, nem o festival de Cannes. É apenas o neo-cinema brasileiro metidabesta e cheio de pose! O filme inteiro é sobre cocaína e dinheiro sujo. Posso contar também que na cadeia encontramos os presos e os policiais mais bonzinhos desde Carandiru. E a trilha sonora, que deveria salvar, é tranquila de dar raiva, mesmo nas partes mais aceleradas da trama. Sim, sou suspeito pra falar mal de cinema brasileiro, mas este filme é "mabasta!". Entretanto, não podemos dizer que a história de João Estrella não seja das melhores, portanto, talvez o livro tenha alguma chance. Ainda não cheguei a ler, e você?

Sobre filmes brasileiros


Antes de começar a escrever sobre filmes brasileiros, vou deixar bem claro:
  • Não gosto 100% de nenhum deles;
  • Acho ridículo sobre como todos eles têm qualidade igual ou pior aos seriados da Rede Globo;
  • Prefiro assistir um jogo da seleção brasileira de futebol (!!) do que passar uma hora e meia com estes diretores tidos como "monstros consagrados" do cinema nacional;
  • Apesar disso tudo queria muito ver um filme brasileiro ótimo. (Indique!)

Zona do Crime - La Zona (2007)

Zona do Crime é um filme mexicano de Rodrigo Plá sobre desigualdade social. Mas isso você percebe só de ver a capa. Roteiro bastante simples, provocador, inteligente e triste. Não encontrei uma maneira melhor de descrever. Três ladrõezinhos de varal se aproveitam de um acidente e invadem um condomínio de luxo, vigiado por uma segurança privada e, ao mesmo tempo, cercado de favelas e pobreza. Ao assaltarem uma das casas, são baleados, apenas Miguel sobrevive. Entretanto, o garoto não consegue atravessar de volta a cerca sem ser visto e está preso dentro do condomínio. O filme mostra o mundo "tranquilo" criado pelo dinheiro de poucos em meio à exclusão de muitos. Cenas assustadoras que provam a brutal realidade em que vivemos. E, pelo menos desta vez, estou falando sério. É um filme sem lugar para o bem, em que a classe privilegiada manda em tudo. Absurdo o que o dinheiro pode fazer para evitar a miséria. Boas falas e ótimas frases de efeito marxistas. Mas digo desde já: da metade pra frente a história torna-se tão revoltante e maquiavélica a ponto de chegar no final do filme e te fazer refletir por horas sobre a merda do mundo decadente e podre em que vivemos. E, acredite, não estou sendo dramático. A única queixa que tenho sobre este filme é que ele devia ter um final mais brilhante com alguma mensagem forte. Ainda assim, vale a pena. Comentário final fica por conta de Laura Santullo, esposa de Plá e roteirista do filme, em entrevista ao site Diversão Certa: "Nós achamos que o cinema pode ser uma experiência completa. Por isso, seja quem for que assista Zona do Crime, gostaríamos sobretudo que não permaneça indiferente".

terça-feira, 15 de julho de 2008

O Gângster - American Gangster (2007)

Baseado na história real de Frank Lucas, um dos maiores gangsters norte-americanos. Com um elenco realmente de peso, Denzel Washington, Russel Crowe, até o Cuba Cooding Jr. entram em cena neste filme que escapa do convencional e mostra um personagem principal que toca o terror sem meias palavras, como dizem por aí. Desde a primeira cena já podemos ter uma idéia do que vem pela frente. Década de 70. Frank Lucas (Washington) trabalhava para Bumpy, um gangster dono do Harlem, famoso bairro de Nova York. Com a morte de Bumpy, começa uma tremenda corrida do crime para tomar conta do pedaço. Frank entra em contato com seu primo que está no Vietnã e consegue trazer heroína pura escondida em aviões do exército através de suborno. Procurado por um grupo especial da polícia comandado por Ritchie Roberts (Crowe), um detetive honesto, diferente de praticamente todos os outros policiais envolvidos em subornos, chantagens e extorsões. Uma história poligonal. De um lado um traficante negro que se deu bem seguindo os passos de seu mentor, de outro sua família de bons princípios arraigados, agora envolvida em seu "negócio". Em outro ponto, um detetive com uma vida complicada que leva a sério o título de homem da lei. De outro ainda, a corrupção policial na corporação norte-americana entre as décadas de 70 e 80, que chegava a se envolver efetivamente com o tráfico de drogas em diversas regiões do país. E em um último ponto, talvez o que mais chama a atenção por não chamar a atenção (sic!) é a máfia italiana, quietinha, quase como figurante silenciosa do roteiro. Cenas fortes do começo ao fim. A alfinetada fica apenas por conta da participação do RZA, que aparece com a tatuagem de seu grupo de rap, o Wu-Tang Clan, em pleno final dos anos 70, pelo menos uma década antes do grupo nascer.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Os Condenados - The Condemned (2007)

Da escola intuitivista que originou a série LOST. Óbvio que esta escola cinematográfica não existe, mas convenhamos, tem muito filme por aí que de ver a capa a gente já sabe o final. Sem mais dramaticidade de minha parte, neste longa um produtor de TV insano resolve criar um reality show em uma ilha deserta com condenados à pena de morte. Quem sobreviver, além de ganhar uma grana é absolvido do corredor da morte. Um deles é Jack Conrad, um ex-oficial preso injustamente em alguma prisão corrupta da América Central. O programa, transmitido via internet, desperta a atenção de milhares de espectadores, inclusive da mulher de Jack que trava uma batalha junto à polícia para recuperar seu marido. O mais famoso do elenco é Vinnie Jones (A Senha Swordfish/X-Men 2), um típico ator daqueles que apresentam programas de TV nos Simpsons dizendo "Oi, você deve se lembrar de mim dos vídeos Aprenda Esperanto em três lições e Fraldas, um guia prático", deu pra pegar? Como disse no início do texto é uma história realmente intuitiva e previsível. Entretanto, vale a pena por conta das cenas de ação realmente empolgantes. Filme de Domingo Maior pra cima.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Os Donos da Noite - We Own the Night (2007)

Não sei pra vocês, mas pra mim o Joaquin Phoenix será para sempre o Johnny Cash. Aliás, preciso resenhar Johnny e June, me lembrem disso. Em Os Donos da Noite, ele é um dono de boate, envolvido indiretamente com o crime organizado, que tenta esconder o fato de que ele vem uma família de policiais. Acredite, isso pode ferrar a sua vida se você trabalha todos os dias rodeado de traficantes latinos. Eva Mendes (Mais Velozes e mais Furiosos/Era uma Vez no México), a atual concorrente de Angelina Jolie no prêmio Contra Indicações A Atriz Yankee Mais Mexicana, faz o papel de sua namorada, reprovada pela família do rapaz. Um roteiro fechadinho, bem norte-americano mesmo, inclusive previsível até certo ponto. Uma história sobre honra e família, bacana para estremecer os pêlos do braço. O filme inteiro tem umas duas cenas ação alucinantes, chutando alto. O resto da trama é feita de enrolação barata, típica de blockbuster enche-linguiça. Bons atores, poucas conversas e a história se desenrolando. Um tipo de O Outro Lado do Poderoso Chefão, bem fraquinho. Ele fica na prateleira de Policiais Chatos, sem dúvida bem do lado de Duro de Matar 4.0, ops, outro pra resenhar, me lembrem.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Pequenino - Littleman (2006)

Cara, a família Waynans - Marlon, Damon, Shawn, Kim e Keenen Ivory - sabe fazer umas piadas de bate pronto ao vivo, têm boas participações em seriados de TV, apresenta algumas premiações da MTV e tal, mas, convenhamos, como roteiristas e produtores eles são uma bosta, salvo raras as exceções. Lembro até hoje de As Branquelas, um filme com uma idéia bacana, surreal de tão bizarro (e vice-versa). Ao menos tinha um senso de humor quase que indiscútivel, um desfecho simples e intuitivo, B-L-O-C-K-B-U-S-T-E-R com todas as letras. Neste, O Pequenino, Marlon Waynans (provavelmente o mais famoso da trupe) é um anão criminoso (!!) que acaba de sair da prisão e se faz passar por um bebê para pegar de volta um diamante roubado, na casa de Darryl, interpretado pelo irmão Shawn Waynans. As piadas são tão manjadas que você sabe como vai terminar a cena antes do fim. Na hora e meia que transcorre a história, você não consegue rir em uma cena inteira, porque além de tosco, é cansativo demais. Nada contra a família, até gosto de Pânico I e II, o problema é que o filme não tem graça nenhuma. Talvez a melhor parte seja a curta participação de Rob Schneider (Gigolô europeu por acidente/Click) no papel de um deprimente animador de festas infantis. Com um comentário final, o humor da família Waynans está ficando cada vez mais levinho e infanto-juvenil. Recomendado para assistir com filhos, priminhos e outras crianças entre 10 e 13 anos.

sábado, 28 de junho de 2008

Ligados Pelo Crime - The Air I Breathe (2007)

Mais alucinógeno do que qualquer droga que você tiver conhecimento, mais giratório do que sua cabeça em dia de ressaca, mais criminalista que uma letra do Racionais. Sem mais comparações bizarras, Ligados Pelo Crime é um longa com quatro histórias de pessoas comuns com destinos chocantes. Dizem as más críticas que o filme se baseia num provérbio chinês sobre o qual a vida está dividida em quatro pedras que representam as principais emoções humanas. Eu concordo, mas só para tornar a trama mais lisérgica do que ela já aparenta ser. Lembra quando você viu Matrix pela segunda vez e nem tinha reparado naquele pedacinho? Este é um dos que se você assistir mais de duas vezes vai ver que as histórias se entrelaçam de formas que você nem imaginava. E vai saber que quando se come muita pipoca ela vai ficando cada vez menos salgada. Andy Garcia é o chefão do crime organizado, normal. Forest Whitaker faz o papel de um homem de negócios preso à vida comum, gagueja, usa óculos, normal. Brendan Fraser tem a voz mais grossa do mundo e faz um criminoso mó esquisitão, normal. Julie Delpy é uma popstar linda e desencanada, normal. Apesar de toda essa normalidade em cima desse ótimo elenco, é um dos roteiros policiais mais legais que assisti ultimamente.

Eu os declaro marido... & Larry! - I pronunce you Chuck... & Larry (2007)

Mais um daqueles filmes daquela linha que só passam na Globo com aqueles dubladores legais do Adam Sandler. Eles podem até desmentir e tudo mais, mas fica bastante claro que o própósito incial do filme não foi ser uma simples comédia. Dá uma olhada por cima no elenco: Adam Sandler, Kevin James, Jessica Biel, Dan Aykroyd, Ving Rhames e Steve Buscemi. Lembro de pelo menos 2 filmes bons que cada um deles fez, com exceção de Meu Primeiro Amor 2 (I am sorry, Dan!), óbvio. A história se concentra em um bombeiro que decide burlar a lei de seguro de vida norte-americana para beneficiar seus filhos. Para isso, ele precisa se casar (?) com seu melhor amigo. O filme trata de homofobia e preconceito ligado a homossexuais. Uma comédia dramática e política. Soa estranho sim, mas acaba sendo engraçada e original como nunca vi antes. O filme traz várias lições de moral do tipo "por que você não deixa os gays em paz?" e em 20 anos deve se tornar um clássico para a comunidade GLBT. Recomendo os extras. O trecho em que todo o elenco se levanta para reverenciar Dan Aykroyd é excelente, além de muito emocionante. Claro que não o fizeram por sua atuação em Meu Primeiro Amor 2, mas fica aí nossa dica.

O Vidente - Next (2007)

Quando você pega o DVD e olha a arte da capa fica a clara impressão de que você vai ver mais um filme de ação legalzinho e previsível. Então você lê: Nicolas Cage. Não me nego a assistir nenhum filme desse cara. NUNCA! Acho que não existe quem não tenha sido fã dele ao menos uma vez na vida. Dramático, eu? Blah! os outros nomes na capa são de Julianne Moore (As Horas/Os Esquecidos) e Jessica Biel, recente mina/noiva do Justin Timberlake que fez parte do elenco de Eu os Declaro Marido e... Larry. Um mágico com o dom de prever o que vai acontecer em seu futuro é procurado pelo FBI para tentar impedir um ataque terrorista. Entretanto, ele não quer ser cobaia da Polícia Federal e foge. Ao mesmo tempo, é procurado pelos terroristas que não o querem vivo para estragar os planos. O filme não foge do clichê "Oh, minha namorada está na mão dos bandidos, uuuhhh, e agora?!", mas dessa vez não existe só uma chance de salvá-la. Surpreende muito pois tem um daqueles roteiros giratórios que deixam sua cabeça em transe. Os papéis são muito bem executados, com ressalvas a Jessica Biel, que apesar de obter um papel chave na trama, não atua muitas vezes. O longa não acrescenta muito, mas filmes de ação não devem querer acrescentar muito na vida de ninguém. Em cartaz no Supercine em alguns anos, certeza.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Na Natureza Selvagem - Into The Wild (2007)

Preciso confessar: Tenho uma certa queda por filmes baseados em histórias reais. Na Natureza Selvagem não é um filme pop, afinal, um protagonista que lê Jack London, Tolstoi e Thoreau não pode ser classificado assim. Christopher McCandless é um aluno exemplar, consegue notas altas para estudar direito em Harvard. Doa todos os seus U$ 24 mil economizados para a caridade, coloca uma mochila nas costas e sai pelo mundo, abandonando seu sossego, sua identidade, uma possível carreira de sucesso e uma vida de segurança financeira. Sem entender, sua família já antes despedaçada, sofre. O filme tem base no livro de Jon Krakauer, sobre a vida real do garoto que aos 22 anos deixou de lado as prerrogativas sociais que dizem que o ser humano precisa de riquezas acumuladas para viver bem. Em sua aventura, ele conhece personagens mais reais do que o convencional, nada de assassinos, ladrões, pilantras. O único conflito que tive com o filme é que, por ser um pouco introspectivo demais, você acaba dormindo no meio. Comigo aconteceu duas vezes, também pela trilha sonora folk emocionante com canções primeiro trabalho solo de Eddie Vedder, que leva o nome do livro/filme. Mais magro que uma modelo anêmica da Etiópia, mais rodado que a linha 6451 Terminal Bandeira Via Marginal, ele é Supertramp! Segundo a crítica, o melhor filme com direção de Sean Penn. Assista.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O Guia do Mochileiro das Galáxias - The Hitchhiker's Guide to Galaxy (2006)

Arthur Dent é um cara que não entende nada do que acontece mundo em que vive. Então, em um belo dia, o mundo em que ele vive acaba. Daí ele foge do planeta com seu melhor amigo Ford Prefect que, pasmem, é um extra-terrestre! Roteiro mais alucinógeno impossível. É divertido pra quem leu os livros da série e tudo mais, porém, quem não conhece a história acaba desligando o DVD e resmungando algo parecido com: "que filme mais babaca". Eles viajam numa nave com Zaphod Beeblerox, uma espécie de rockstar com Príncipe Charles, Trillian uma garota da Terra que, ao encontrar Z.B. numa festa, decidiu viajar com ele pelo hiperespaço e Marvin, um robô depressivo. O filme é cheio de personagens diferentes entre si e ao mesmo tempo muito interessantes separadamente. Dizem ainda que este é o primeiro longa em que Mos Def faz um bom papel e começa a concorrer com Martin Lawrence no Concurso do Contra Indicações: Quem Será o novo Eddie Murphy? A parte final acho que foi feita um dia antes do lançamento de tão embrulhada que está. Sessão da Tarde em três anos. Ou menos. Só recomendo o filme para quem curte teorias absurdas e pouco intelectuais sobre a existência. Mas o livro eu indico sempre. Afinal, se até o Lair Ribeiro pode te ensinar alguma coisa, o que uma comédia inglesa não pode fazer por você?

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A Vila - The Village (2004)

Sabe quando você vai num camelô e encontra aquele disco dos Beatles raríssimo por um real e ao chegar em casa pra ouvir descobre que é o cd do É o Tchan? Essa foi a mesma sensação que tive depois que assisti A Vila. A capa e o trailer me remetiam a algo macabro, demoníaco, "vou dormir com a porta trancada esta noite", enfim. E pelo menos até a metade do filme fazia valer a prateleira de suspense em que o encontrei... A quem estou enganando? Só pego filmes emprestados. Bom, pelo menos, quando você, amigo leitor, for a uma locadora já sabe em que seção encontrar. Vamos aos fatos. Só tem ator fodão. Joaquin Fenix, o eterno Johnny Cash, Adrien Brody, o eterno Pianista e Bryce Dallas Howard, a eterna... Bem, segundo a Wikipédia, a eterna amiga próxima de Natalie Portman (V de Vingança/Closer) e do (ui!) Jake Gyllenhaal (Brokenback Mountain). "Aqueles que não mencionamos" são os monstros assustadores que assombram uma Vila sem contato com o resto do mundo. Eles moram dentro da floresta, na escuridão e são atraídos pela má cor, o vermelho. Lucius é um rapaz corajoso que quer atravessar a floresta e ir até as cidades. Nesse meio tempo se apaixona por Ivy, a filha cega do diretor do conselho de anciãos. Já deu pra saber que tem história de amor no meio. Portanto, se você quer assistir um filme de Terror/Suspense, acredite, qualquer edição de Sexta-feira 13 tá valendo mais que esse aí.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Atrás das Grades - Steel City (2006)

É um filme maldito. Desses, de mau gosto mesmo. Peguei um domingo frio para assistir, talvez tenha sido a opção menos desastrosa. Carl Lee é pai de dois jovens perdidões no mundo. O mais novo deles, PJ, mora sozinho na casa que era de seus pais, trabalha para um mexicano em um restaurante local, não paga contas e muito menos arruma a cozinha. O mais velho, Bem, já era pai, porém traía sua esposa com uma garçonete, já que a mulher havia feito cesariana, o que acabou traumatizando o fulano. Sobre sua mãe, ela abandonou a família para viver outro amor, mas ainda assim, ajudava seus filhos quando podia. Há ainda dois personagens bem interpretados, o tio Vic e a garçonete, cujo nome me falha na memória. Enredo meia boca, muitas vezes lembra um trailer, por conta das cenas cortadas. É uma história de vida de um povo que só se fode. E quando eles começam a achar que tudo vai melhorar, eles se fodem de novo. E de novo. Como diria um amigo, “os manos têm uma nuvem preta na cabeça”. Vale a pena se você quiser perder uma hora e meia com um blockbuster neurótico, dramático e pouco divertido. Talvez se fizessem sentido os contrastes em amarelo que aparecem a todo momento durante a trama, a obra concorreria a ser um dedinho mindinho mais interessante.

O Albergue parte II - Hostel part. II (2007)

Adorei o primeiro filme. Olhos pendurados, sangue de ketchup com tinta guache, furadeiras cortando peles, cabeças destruídas, aquilo que um filme de tortura promete. Uma história que te deixa com medo de fazer viagens para lugares estranhos, um filme que realmente altera um pedacinho da sua vida. Agora este segundo filme entrou para a prateleira dos filmes de horror mais imbecis da história. Assisti por respeito ao primeiro, mesmo com todo mundo me dizendo pra não fazer isso. O começo com cenas do ator do Hostel part I são boas. De resto é repetição e enrolação. Três estudantes de arte norte-americanas numa excursão que acaba com as três amarradas na cadeira de mutilação. O que o diretor Eli Roth errou foi em deixar uma delas ser ricaça. O roteiro em si é muito confuso. O cara bonzinho se transforma num cara mau, que volta a ser bonzinho, pensa bem e quando quer ser mau de novo arrancam o saco dele. O outro é mau, ou diz que é. Chega na hora, se atrapalha, fode a vida de uma mina e depois serve de ração para cães. Só assistindo para entender a patifaria. Um filme de milionário assassino para milionário assassino. Tortura mesmo é passar duas horas com essa tragédia que chamam de rolo de filme.

Beowulf - Beowulf (2007)

Se a Sessão da Tarde fosse transmitida só no Complexo do Alemão, a versão nacional do filme se chamaria Tu num era o Fodão!? Começa de maneira bem interessante, uma festa no reino, interrompida por uma chacina comandada por um monstro. O desenrolar é épico, chato até se acostumar, mas você consegue. Beowulf chega na cidade, mata o monstro Grendel e volta na caverna para matar a mãe do bicho, que ainda assola o povoado. Entra com a espada e fode com a monstra! Literalmente. Volta à cidade e conclama a morte da besta. Entretanto, poucos sabem sobre a maldição que cerca esta sua façanha. Po, não vou contar, pega lá e assiste. Meio previsível, mas como tem uns vikings no roteiro, eu recomendo. Pra quem gosta de heróis de meia-tigela, que tem o porte físico do Rambo, cara de lutadores de Jiu-Jitsu e mentalidade do Austin Powers. Nada de "Salve, Beowulf, o mais bravo dos bravos!", balela, ele quer mesmo é comer umas donzelas, tomar uns vinhos, limpar uma sujeira aqui, outra ali e coçar o saco sentado no trono. Sim, ele vira rei. Ops...

O Caçador de Pipas - The Kite Runner (2007)

Chororô! Pegue já sua caixa de lenços um ombro amigo, serão duas horas de fragilidade emocional em sua vida. No fundo, o longa trata de uma causa bacana, fala sobre aquela metade Sin City, metade casa de tortura chamada Afeganistão. No DVD que peguei, vinha um comunicado no começo, alertando sobre o que acontece no país e como ajudar através da internet. Bem, pode deixar que você dá um jeito de ser cretino e se esquecer de pegar o endereço do site. Na história, Amyr é o safado. Foge ao ver seu melhor amigo, Hassan, ser violentado e estuprado por garotos maiores. Afastados pelo destino (ou pelas astúcias de um garoto mimado), Hassan e Amyr acabam tendo destinos diferentes. Enquanto um se forma numa faculdade norte-americana, o outro morre num fuzilamento em frente de sua família. Oito ou 80. Então Amyr tenta fazer algo de bom para o amigo, mas talvez já seja tarde demais. Putz, daí pra frente esquece. Você vai chorar mais do que se estivesse descascando cebolas com o cu pregado e uma vontade irremediável de cagar. Roteiro com várias cenas de integridade, de honra, aquela coisa que faz os pêlos do braço arrepiarem. Dizem que o livro é mais bacana, mas como sempre dizem isso e eu nunca leio os livros "super demais" que estão nos 10 mais da Veja, não posso confirmar. Aconselho pegar o mais marrudo dos seus amigos e colocá-lo em frente à TV. Dá um saco de pipocas e umas cervejas e depois assiste ele se derreter todo.

Enjaulados - Learning Curve (1998)

Na mesma prateleira dos Non-sense educativos em que estão Trainspotting e Edukators. Pra você que gosta, beleza, mas, pra mim, o personagem principal dormindo sobre a pizza que comeu durante uma madrugada regada a uma possível programação do canal playboy estava soando deprimente. Dei um ponto, a professorinha coadjuvante até que não era das piores moças de Hollywood! Continuei vendo até o trecho em que, puto da vida, disse para mim mesmo: Não tem jeito desse filme ficar melhor. E, como que por encanto, ficou. Wansley, o professor, prendeu sete de seus alunos mais atentados em uma jaula gigante, onde eles têm de estudar. Uma detenção Macabra, mas funcional. A cerca é elétrica, o que os impede de tentar fugir. Educação Nazista, foi o que me veio à cabeça. É dessas histórias que você não pode pensar muito a fundo, senão estraga. Como um professor tem um ônibus escolar é a pergunta que fica no ar, mas a gente esquece depois que a galera adormece na excursão e o fulano dá o primeiro sorriso macabro da trama. É bem menos suspense e psicopata do que aparenta. Indicado para professores que já perderam quase todas as esperanças no ensino público.

Desbravadores - Pathfinder (2007)

Até que gostei. Sabe, quando a história tem aquele negócio de moral, de costumes do povo, caráter e tudo mais, até que me anima a assistir inteiro. Ainda mais sobre índios e vikings. Ainda mais sobre índios que fumam cachimbos e vão dormir ou vikings que usam capacetes de caveira com chifres. Desbravadores é a história de um menino Viking deserdado pelo seu povo e criado por índios. 15 anos depois disso, os Vikings retornam e matam todo o povo com quem o menino cresceu. Ele vê a matança de longe e corre em direção à aldeia, mas quando chega, assiste ao holocausto. Mata daqui, corta pescoço acolá, ele quer vingança ao passo que os caveiras chifrudas só querem sua cabeça. Nesse meio tempo, ele se apaixona pela filha do 'cara fodão' (pajé, guia, ou coisa que o valha) de outro povoado e a trama escoa nisso. É bem inteligente a forma que o roteiro flui e bastante prodigiosa. A capa do DVD parece meio Angus, aquele carinha 'super demais' do livro nacional mais adorado pelos fãs de RPG e Cosplay em geral. Claro que não podia faltar o manual de sobrevivência 'Como cair de costas no meio de uma lança e ser salvo depois com um simples puxão', mas tá valendo, o enredo é bom, a japinha é boa e é sem dúvida um forte candidato ao 'Sessão da Tarde Awards' 2010.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Invisível (2007)

Este daí dá trabalho de assistir, mas é bom. Nick é um nerd daqueles que dá gosto de ver, dos que ganham uma grana vendendo trabalhos prontos para outros alunos que, em geral, não são seus amigos. Resolve viajar e conta apenas ao seu amigo mais imbecil - geralmente, os mais próximos - Toma uma surra sem saber o porquê e é dado como morto, com seu corpo jogado num esgoto. Pela manhã, acorda e sai andando. Como assim? Sim, amigo, ele está preso entre o mundo dos vivos e dos mortos, mas de alguma forma, sabe que precisa salvar a sua vida. Se eu contar mais, jogo açúcar na pipoca. O fato é que a Margarita Levieva faz um papel mal-encarado e mesmo assim está linda, portanto vale a pena pelas cenas em que ela solta o cabelo, dança, ou dá uma de menininha perdida no 'mundão'. O final lembra o não menos bonitinho e trágico O Caçador de Pipas, em breve aqui nas resenhas mais absurdas deste planeta. Ah sim, antes que me perguntem que fez essa bizarrice em forma de rolo de filme, o drama-thriller foi criado pelo mesmo estúdio de 'O Sexto Sentido'. Ô povo pra gostar de ver gente morta!

Trinta Dias de Noite - Thirty Days of Night (2007)

30 dias de noite, olha o nome dessa porra! Tipo, 'Hard Days Night', que na verdade dia não tem, é uma escuridão só. É sobre vampiros, já deu pra imaginar? OK, desta vez o Lestat vem mais brutal e sanguinolento, mas convenhamos, se um vampiro não for mais ou menos sanguinolento, é melhor fazer um longa sobre chupa-cabras que dá mais ibope. Num-vem-que-não-tem, mas o filme não convenceu não. Uma cidade tomada por seres que se não fossem vampiros, seriam bons candidatos a vocalistas de bandas de Death Metal, digo pelas gralhas guturais que guardam na garganta. Será que preciso dizer que os personagens correm contra a morte o tempo todo? Não, acho que não. Aquela fórmula clássica, intercalado com o terror e a tortura de ser um sobrevivente, os que sobram só correm, matam um ou outro vampirinho no machado e no fim sobrevivem, afinal, precisam cumprir seus papéis. Eles não possuem histórias de vida próprias, muitas vezes parece que estão lá apenas para o protagonista não ficar sozinho. Ah, o final é non-sense. Na verdade, metade do filme é non-sense. O que ficou na minha cabeça mesmo foi o manual: Como sobreviver embaixo de uma casa pegando fogo. Pois é, há alguns absurdos sim, mas nada que corrompa o desenrolar da trama (para pessoal da assessoria ficar feliz). Se você gosta de filmes em que o mocinho mata meio mundo, salva a mocinha e tudo acaba num beijo com a câmera se afastando, favor deixar este na prateleira da locadora.